A janela-paisagem do décimo oitavo andar
por Thiago Berzoini
No fim da tarde, observava da janela os prédios iluminados pelo sol que se escondia. Parou os olhos acima, no céu sem branca nuvem. Pássaros em pares cruzaram a cena.
Silêncio frio e intenso, condizendo com o corredor estreito de paredes cinzas do décimo oitavo andar, por onde se avistava o sul da cidade.
Olhando esses blocos de concreto infinitamente alongados é como se vida alguma os habitasse.
Tudo é frio.
Tudo é calado.
Até o conceito de vida parece gelado. Nem mesmo o sol que ilumina levemente o topo dos edifícios parece esquentá-los.
O barulho que quebrou o silêncio, e fez desviar os olhos da janela veio dos elevadores. São três, além do corredor. Passam mas não fazem barulho algum, exceto quando algum passageiro desce no andar, mas até o momento nenhum desceu... até o momento.
O menor e mais suave dos passos ecoa espalhafatoso devido ao vazio do andar. As portas estão fechadas, à direita do elevador, lado oposto ao corredor, apenas uma firma de advocacia está com suas portas de vidro abertas e com luzes acesas, dando vida ao ambiente. No mais, todas são portas de madeira sem luxo algum.
Surge a senhora de meia-idade que sequer olha para os lados, ela para em frente à primeira porta do corredor, coloca apressada as mãos brancas e finas na bolsa bege e após remexer um pouco retira as chaves, levando-as de encontro ao segredo da porta, que se abre. Por segundos o andar pareceu habitado, até seus passos serem abafados pela porta se fechando.
Toda a imensidão parece caber naquele estreito corredor frio novamente.
Os olhos correm lentos pelo chão branco, limpo e retornam se fixando na paisagem apresentada pela tímida janela de ferro. A janela-paisagem do décimo oitavo andar.
No fim da tarde, observava da janela os prédios iluminados pelo sol que se escondia. Parou os olhos acima, no céu sem branca nuvem. Pássaros em pares cruzaram a cena.
Silêncio frio e intenso, condizendo com o corredor estreito de paredes cinzas do décimo oitavo andar, por onde se avistava o sul da cidade.
Olhando esses blocos de concreto infinitamente alongados é como se vida alguma os habitasse.
Tudo é frio.
Tudo é calado.
Até o conceito de vida parece gelado. Nem mesmo o sol que ilumina levemente o topo dos edifícios parece esquentá-los.
O barulho que quebrou o silêncio, e fez desviar os olhos da janela veio dos elevadores. São três, além do corredor. Passam mas não fazem barulho algum, exceto quando algum passageiro desce no andar, mas até o momento nenhum desceu... até o momento.
O menor e mais suave dos passos ecoa espalhafatoso devido ao vazio do andar. As portas estão fechadas, à direita do elevador, lado oposto ao corredor, apenas uma firma de advocacia está com suas portas de vidro abertas e com luzes acesas, dando vida ao ambiente. No mais, todas são portas de madeira sem luxo algum.
Surge a senhora de meia-idade que sequer olha para os lados, ela para em frente à primeira porta do corredor, coloca apressada as mãos brancas e finas na bolsa bege e após remexer um pouco retira as chaves, levando-as de encontro ao segredo da porta, que se abre. Por segundos o andar pareceu habitado, até seus passos serem abafados pela porta se fechando.
Toda a imensidão parece caber naquele estreito corredor frio novamente.
Os olhos correm lentos pelo chão branco, limpo e retornam se fixando na paisagem apresentada pela tímida janela de ferro. A janela-paisagem do décimo oitavo andar.
1 Experimentaram o Café:
Parabéns pelo texto!
"(...) da tristeza não quero saber, a tristeza me faz padecer. Vou cantando fingindo alegria para humanidade não me ver chorar"
Beijos.
Alexandra Periard.
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