Ai, esses minutos de fama...
Thiago Berzoini
A moto era já velha, não era nem sequer importada. Notava se tratar de um rapaz humilde. Eu me lembro, ainda, e exatamente, seu nome, se é que faz-se importante nesse caso dar “nome aos bois”, como dizem. O que me chamou atenção, e creio eu, deve também chamar a atenção de outras pessoas que assistiram ao ocorrido, era o alto teor alcoólico que o indivíduo se encontrava sob efeito. E é por isso que, inicialmente, conto a seu respeito.
Não conseguia pronunciar uma letra sem arrastá-la verbalmente por menos de 3 segundos. Não, não cronometrei, mas digo isso com a certeza de quem houvera cronometrado. A roupa era uma simples camiseta preta, com alguns dizeres desbotados, e a calça jeans engolia pouco dos pés, que estavam á mostra com chinelo velho que protegia a sola dos pés do rapaz. Sua expressão trazia um riso bobo a quem o olhava, bobo por dois motivos. Era um riso interrompido pois despertava o deboche e o medo por parte de quem o fitava. O deboche, é claro e evidente, pela forma com que sua voz se fazia ouvir, e o medo, devido a apreensão pois embriagado, ele poderia perceber o riso e sentir-se ofendido e o que faria a partir dali poderia tanto ser juntar-se ao riso ou agredir física ou verbalmente quem mantivesse estivesse em sua direção. Ele já havia percorrido alguns quarteirões e a polícia atrás dele. Não sei como conseguiu se locomover sem provocar acidente qualquer, mas conseguiu, mesmo estando naquele estado deplorável. Eram dois os policiais que o abordaram, e o levaram para a delegacia, e lá, o pobre homem tornou-se manchete local. Falava sobre o "cão dos infernos" como quem lhe servia a bebida, não um dono de venda, nem garçom. Era o "cão dos infernos". Mas a voz era arrastada, e o repórter debochava, enquanto fazia suas perguntas. Até o momento que o repórter pediu para que ele cantasse e incompreensível, ele tentou cantar, soava engraçado, realmente hilário. E após isso, cansado de humilhar inda mais o bebum, e provavelmente por ter em mente eu a exposição do homem ao ridículo já fartaria ao público, encerrou o papo com o centro das atenções e voltou-se ao policial que efetuou sua prisão. “Câmera close” no policial, e a música de fundo continuava, a voz oscilante do bêbado soava mais alto ainda, e a música era irreconhecível, não só para mim, acredito fervorosamente que também para os demais que assistiam a isso. O homem da lei ria enquanto falava o que levara o bêbado a ser autuado. Dirigir embriagado, sem carteira, oferecendo riscos aos transeuntes e demais motoristas.
Ocorreu em São Paulo, e fora registrado por um jornal local. O mais surpreendente, entretanto, é ver num belo dia, ao navegar pela rede mundial de computadores, que a reportagem fora ao ar no estrangeiro, em um programa onde se apresentavam “coisas ridículas”, e ver o homem obter seus quinze minutos de fama, agora em solo americano. Não tardou a cair na rede também, onde seus quinze minutos, tornaram-se quinze dias. E até hoje, passado alguns quinze meses, cai-se em alguma página de internet que sustenta o link do tal programa do estrangeiro onde o vídeo pode ser visto, e fico pensando se o rapaz sabe que "é notícia".
A moto era já velha, não era nem sequer importada. Notava se tratar de um rapaz humilde. Eu me lembro, ainda, e exatamente, seu nome, se é que faz-se importante nesse caso dar “nome aos bois”, como dizem. O que me chamou atenção, e creio eu, deve também chamar a atenção de outras pessoas que assistiram ao ocorrido, era o alto teor alcoólico que o indivíduo se encontrava sob efeito. E é por isso que, inicialmente, conto a seu respeito.
Não conseguia pronunciar uma letra sem arrastá-la verbalmente por menos de 3 segundos. Não, não cronometrei, mas digo isso com a certeza de quem houvera cronometrado. A roupa era uma simples camiseta preta, com alguns dizeres desbotados, e a calça jeans engolia pouco dos pés, que estavam á mostra com chinelo velho que protegia a sola dos pés do rapaz. Sua expressão trazia um riso bobo a quem o olhava, bobo por dois motivos. Era um riso interrompido pois despertava o deboche e o medo por parte de quem o fitava. O deboche, é claro e evidente, pela forma com que sua voz se fazia ouvir, e o medo, devido a apreensão pois embriagado, ele poderia perceber o riso e sentir-se ofendido e o que faria a partir dali poderia tanto ser juntar-se ao riso ou agredir física ou verbalmente quem mantivesse estivesse em sua direção. Ele já havia percorrido alguns quarteirões e a polícia atrás dele. Não sei como conseguiu se locomover sem provocar acidente qualquer, mas conseguiu, mesmo estando naquele estado deplorável. Eram dois os policiais que o abordaram, e o levaram para a delegacia, e lá, o pobre homem tornou-se manchete local. Falava sobre o "cão dos infernos" como quem lhe servia a bebida, não um dono de venda, nem garçom. Era o "cão dos infernos". Mas a voz era arrastada, e o repórter debochava, enquanto fazia suas perguntas. Até o momento que o repórter pediu para que ele cantasse e incompreensível, ele tentou cantar, soava engraçado, realmente hilário. E após isso, cansado de humilhar inda mais o bebum, e provavelmente por ter em mente eu a exposição do homem ao ridículo já fartaria ao público, encerrou o papo com o centro das atenções e voltou-se ao policial que efetuou sua prisão. “Câmera close” no policial, e a música de fundo continuava, a voz oscilante do bêbado soava mais alto ainda, e a música era irreconhecível, não só para mim, acredito fervorosamente que também para os demais que assistiam a isso. O homem da lei ria enquanto falava o que levara o bêbado a ser autuado. Dirigir embriagado, sem carteira, oferecendo riscos aos transeuntes e demais motoristas.
Ocorreu em São Paulo, e fora registrado por um jornal local. O mais surpreendente, entretanto, é ver num belo dia, ao navegar pela rede mundial de computadores, que a reportagem fora ao ar no estrangeiro, em um programa onde se apresentavam “coisas ridículas”, e ver o homem obter seus quinze minutos de fama, agora em solo americano. Não tardou a cair na rede também, onde seus quinze minutos, tornaram-se quinze dias. E até hoje, passado alguns quinze meses, cai-se em alguma página de internet que sustenta o link do tal programa do estrangeiro onde o vídeo pode ser visto, e fico pensando se o rapaz sabe que "é notícia".
Pasmem, o repórter é mero coadjuvante, desses que por melhor que sejam, são sempre coadjuvantes e nada mais. Eles vão sempre se lembrar dele, o bêbado...
Sim, agora percebo, é importante dar “nome aos bois” nesse caso.
Não era um caso digno de matéria em jornal, ainda mais numa cidade grande como São Paulo...houve no dia pauta mais importante e que ficara de fora do noticiário. Não, eu não tenho essa informação concreta, mas posso afirmar com a devoção de quem a tivera apurado.
Me recordo ainda, era Jeremias....porém o nome do repórter, por mais que eu tente, me esforce, puxe com todas as forças possíveis em minha memória, eu não me lembro...
Não era um caso digno de matéria em jornal, ainda mais numa cidade grande como São Paulo...houve no dia pauta mais importante e que ficara de fora do noticiário. Não, eu não tenho essa informação concreta, mas posso afirmar com a devoção de quem a tivera apurado.
Me recordo ainda, era Jeremias....porém o nome do repórter, por mais que eu tente, me esforce, puxe com todas as forças possíveis em minha memória, eu não me lembro...
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