A eternidade em uma manhã
por Thiago Berzoini
Aquela manhã lhe parecia especial, apesar de ter em sua mente que nada de magnífico ou surpreendente lhe fosse ocorrer. Tomou rapidamente seu café da manhã e pensou sem muito apreço nas tarefas que lhe eram devidas, olhou-se no espelho enquanto penteava os cabelos, escovou os dentes e por breves minutos encarou-se profundamente, fitando direto os olhos negros.
A manhã ensolarada trazia consigo um vento frio e o céu azul a promessa de um belo dia. Mas a caminho da faculdade nada parecia fazer seu dia mais inovador. Pegou o ônibus, com poucos passageiros e ali lembrara de suas recentes conquistas profissionais o que lhe arrancara um sorriso tímido.
Chegou até o departamento onde seria sua aula, foi até a sala, sentou-se e sentiu-se irremediavelmente enfastiado com a situação toda, pois mal interessava-lhe a situação feminista que imperava na fronte de jornais sindicais cuja professora discursava dignamente. Perdido em seus pensamentos, sentiu uma pontada no peito, como se de dentro pra fora, uma faca olfa lhe acariciasse a pele,e em poucos segundos não estivesse mais ali. Franziu a testa e perdeu-se novamente em pensamentos preocupantes. Pensava ele, que na sua idade não haveria muitos cuja vida se resumisse em obra. Insatisfeito, rabiscou meia dúzia de traços paralelos no caderno vazio. Lembrou-se e sim, acalmava o coração. A figura dela invadiu toda sua razão, percebeu até o sorriso naqueles lábios que devido estarem guardados tanto tempo só em memória, lhes eram secos. Ela, triunfante, permeou-lhe a mente. Ele franzindo mais ainda as sobrancelhas e deixando as pálpebras caírem, tristes, ainda mais. Foi quando sentiu, como se um ferro de solda transpassasse seu coração e a dor se misturasse às carícias de uma faca olfa querendo rasgar-lhe o peito, e suando frio, tentou levantar-se e, por fim, caiu ao chão. Poucos minutos antes do fim daquela aula.
Aquela manhã lhe parecia especial, apesar de ter em sua mente que nada de magnífico ou surpreendente lhe fosse ocorrer. Tomou rapidamente seu café da manhã e pensou sem muito apreço nas tarefas que lhe eram devidas, olhou-se no espelho enquanto penteava os cabelos, escovou os dentes e por breves minutos encarou-se profundamente, fitando direto os olhos negros.
A manhã ensolarada trazia consigo um vento frio e o céu azul a promessa de um belo dia. Mas a caminho da faculdade nada parecia fazer seu dia mais inovador. Pegou o ônibus, com poucos passageiros e ali lembrara de suas recentes conquistas profissionais o que lhe arrancara um sorriso tímido.
Chegou até o departamento onde seria sua aula, foi até a sala, sentou-se e sentiu-se irremediavelmente enfastiado com a situação toda, pois mal interessava-lhe a situação feminista que imperava na fronte de jornais sindicais cuja professora discursava dignamente. Perdido em seus pensamentos, sentiu uma pontada no peito, como se de dentro pra fora, uma faca olfa lhe acariciasse a pele,e em poucos segundos não estivesse mais ali. Franziu a testa e perdeu-se novamente em pensamentos preocupantes. Pensava ele, que na sua idade não haveria muitos cuja vida se resumisse em obra. Insatisfeito, rabiscou meia dúzia de traços paralelos no caderno vazio. Lembrou-se e sim, acalmava o coração. A figura dela invadiu toda sua razão, percebeu até o sorriso naqueles lábios que devido estarem guardados tanto tempo só em memória, lhes eram secos. Ela, triunfante, permeou-lhe a mente. Ele franzindo mais ainda as sobrancelhas e deixando as pálpebras caírem, tristes, ainda mais. Foi quando sentiu, como se um ferro de solda transpassasse seu coração e a dor se misturasse às carícias de uma faca olfa querendo rasgar-lhe o peito, e suando frio, tentou levantar-se e, por fim, caiu ao chão. Poucos minutos antes do fim daquela aula.