quarta-feira, setembro 27, 2006

Sina

Thiago Berzoini

Forrageira brasa,
me espera abaixo,
Asas da Luz
esquentam o aço,
se é inferno,
o que agora passo,
que venha mais brasa,
que espetem o aço.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Então será o fim de tudo

"Então será o fim de tudo.
Daqueles que um dia foram, e daqueles que um dia serão.
Dos mares que se encontram revoltos, e dos lagos que repousam na escuridão.
Das lebres que correm soltas, dos prisioneiros pássaros da gaiola, na solidão.
Dos homens cabisbaixos, dos moços a regozijar.
Das mulheres rendeiras, e das moças a se rebelar.
Então será o fim de tudo.
Da sétima praga do egito à oitava maravilha do mundo.
Da única árvore seca, até a florida cerejeira.
Do mármore parvo esquecido, ao cristal brilhante adquirido.
Das folhas em branco no teu livro, das mesmas rasuradas por teu filho.
Dos olhares vivos de amor, aos tristes olhares no horizonte perdido.
Então será o fim de tudo.
E assim foi feito..."

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terça-feira, setembro 19, 2006

Sem fim

Minha dor é aguda.
Quem sabe ao fim dos tempos
Tenha ela sua cura?

***

(e eu preciso dizer mais?)

segunda-feira, setembro 11, 2006

O Homem de terno

Thiago Berzoini

Só o homem de terno
no poeirão de seu destino
descobre a leveza do terno
Que estava em seu instinto.

Só o homem de terno
Que deixou mágoas na cidade de ferro,
descobre a leveza do terno
da felicidade do incerto.

Só o homem de terno
caminhando na imensidão da solidão
descobre a leveza do terno
no vasto campo da gratidão.

Só, o homem de terno
parado á porta da Igreja
registra com o olhar terno
tudo que agora almeja.

Só, o homem de terno
que deixou a tecnologia do inferno,
descobre no verde
o seu elo.

Só, o homem de terno.

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